Em uma madrugada de terça-feira acordei em uma mistura de
susto e medo, mas medo de quê? da vida,
te respondo. Tive um sonho, e neste sonho pude ver que realmente a minha
hora havia chegado, mas hora de quê? de
morrer? claro que não! essas coisas geralmente nós não temos muito acesso
para saber quando irá acontecer, mas a hora era de se tornar maduro, te
respondo. Podia ver minha família cobrando de mim atitudes de gente grande, de
gente que já havia aprendido o suficiente para se virar, se virar? como assim?
como se a partir daquele momento eu estivesse livre para de verdade seguir os
meus próprios caminhos e sentir as consequências, como se agora fosse a hora de
tomar atitudes mais maduras, ligar menos para o que me faz perder tempo, era como
se eu não tivesse mais tempo, na verdade.
Senti uma
expectativa enorme deles em mim, era como se eles acreditassem mais do que
nunca no meu potencial, no que eles por estes 22 anos depositaram sobre a minha
vida. Nossa! como é bom quando você sente que de verdade alguém acredita em
você desta maneira, é como se você não fosse o único doido do mundo ha ha ha,
brincadeiras à parte, a sensação é boa mas também pesada. Me senti meio que pego de surpresa, despreparado,
mas logo lembrei da forma com que me olhei por estes dias, já não via mais
aquele menino que vivia imitando gente grande no espelho, a primeira coisa que
fiz foi me procurar e reparei como o tempo havia passado, como eu havia ganhado
forças, minha fisionomia estava mudada, quantas cicatrizes e experiências havia adquirido, que a vontade agora era ser eu, e não qualquer outra pessoa.
Chorei muito no
sonho pois não queria que isso acontecesse, mas é como se a vida não me desse
outra alternativa, a peça fosse extremamente necessária no quebra cabeça e algo
precisasse que isso ocorresse. Assim acordei com essa mistura de sensações.
Mudança ou não, sinal ou não, me fez refletir e lembrar do menino que não sou
mais.
Por Felipe Xavier: Estudante de administração e futuro empresário.