A ideia de viajar pelo mundo é atrativa para várias
pessoas. Em algum momento da vida, muitas delas pensam em juntar algum
dinheiro, "largar tudo" e sair mochilando por aí, conhecendo culturas
e formas diferentes de viver. Grande parte das vezes, no entanto, esse e tantos
outros sonhos "não-convencionais" terminam guardados na gaveta
frustrante dos desejos que nunca poderão se concretizar. Por quê? As
responsabilidades, o trabalho, a obrigação de ter/ser isso ou aquilo acabam
sufocando a ideia de que é possível ser diferente. Mas isso não aconteceu com
Chris Guillebeau. Nos últimos dez anos, ele realizou o sonho de conhecer todos
os países do mundo. Representando "a exceção", assumiu o papel de
inspirar outros a traçar caminhos fora dos padrões. É disso que trata o seu
livro "A Arte da Não-Conformidade".
A mensagem central do livro, publicado após o sucesso
do blog homônimo, segundo o autor, é de que "você não precisa viver sua
vida da forma que as pessoas esperam". Para ele, isso significa que é
possível fazer coisas boas por si mesmo e pelos outros ao mesmo tempo e essa
não é uma escolha falsa. "Algumas pessoas podem lhe desencorajar ao longo
do caminho, e você, seguramente, pode ignorá-las", afirma. O blog,
descrito como "um lar para pessoas não-convencionais realizando coisas
notáveis", trata principalmente de viagens, trabalho, empreendedorismo e
lifestyle, de forma a batalhar contra crenças padrão, sempre com foco em
alinhar objetivos pessoais com o bem coletivo. Mudar o mundo e ajudar outros
alcançando a realização pessoal ao mesmo tempo. Esse é o lema.
Guillebeau nunca foi do tipo conformado. Teve empregos
inusitados e, por exemplo, passou a vender produtos no site de vendas Ebay
quando percebeu que poderia ganhar mais dessa forma do que trabalhando mais de
40 horas por semana como entregador. Pensar fora da caixa sempre foi sua
característica. Em 2002, se juntou como voluntário à organização
não-governamental Mercy Ships, uma entidade médica que o levou para o oeste do
continente africano por quatro anos. Essa experiência é citada por ele como
essencial para a direção que resolveu tomar em sua vida, especialmente o
envolvimento com serviços comunitários, arrecadação de fundos e uma filosofia
geral que pergunta "o que você pode fazer pelo mundo que mais ninguém
pode?". O autor decidiu trabalhar e juntar recursos para visitar todos os
países do mundo, feito que concluiu em abril de 2013.
Sobre viver de forma leve, mas sem esquecer a
seriedade quanto às contribuições para a sociedade, ele diz: "Eu tento
aproveitar a vida, mas também quero trabalhar em prol de algo. Não acho que a
maioria das pessoas querem simplesmente passar o dia sentadas na praia. Elas
querem criar e explorar!". Essa consciência social é um dos pilares da
filosofia de vida do empreendedor. Os projetos com os quais se envolve têm
sempre a dimensão do retorno coletivo e isso está presente em "A Arte da
Não-Conformidade", assim como no blog.
Pode-se pensar, sobre alguém que estimula a
criatividade e leva uma vida fora do comum, que o planejamento e a praticidade
não são prioridades. Tal pensamento não poderia ser mais equivocado quando se
trata de Chris Guillebeau . "(...) Sem os objetivos não há um projeto
real. Como você saberá que o projeto foi terminado? Através de que será
determinado o seu sucesso e como será medido o progresso? Por isso é que eu
gosto de ser o mais prático possível. Não é sobre sonhar, é sobre fazer",
esclarece.
Na visão do autor, portanto, sonhos não-convencionais
precisam ser nutridos e transformados em planos concretos, possíveis.
"Muitas pessoas têm grandes sonhos
e ideias, mas elas geralmente não as transformam em prática. Eu gosto de identificar objetivos e alvos. Não quero apenas sonhar acordado - quero de fato cumprir aquilo a que aspiro", completa. Tendo conhecido todos os países do mundo, é certo dizer que o planejamento focado em alvos claros foi essencial nesse sentido. Não era um projeto simples, comum ou fácil. Mas, tratado seriamente, e pautado em possibilidades reais, Guillebeau conheceu 193 países antes dos seus 35 anos de idade.
e ideias, mas elas geralmente não as transformam em prática. Eu gosto de identificar objetivos e alvos. Não quero apenas sonhar acordado - quero de fato cumprir aquilo a que aspiro", completa. Tendo conhecido todos os países do mundo, é certo dizer que o planejamento focado em alvos claros foi essencial nesse sentido. Não era um projeto simples, comum ou fácil. Mas, tratado seriamente, e pautado em possibilidades reais, Guillebeau conheceu 193 países antes dos seus 35 anos de idade.
Diante disso, como investir em
projetos e caminhos diferenciados, fora do lugar-comum? Objetivos claros,
estímulo à criatividade, desprendimento quanto aos padrões, além da consciência
de que é sempre possível pensar individual e coletivamente. E o mais
importante: não há receitas prontas. "Há , quase sempre, mais de uma forma
de alcançar uma realização", conclui.
Por: http://www.administradores.com.br